Equilíbrio. Esta é a palavra-chave que faz pulsar a candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera da Unesco, impulsionada pelo esforço de cinco entidades. O dossier já foi submetido e a avaliação deve ser anunciada em setembro de 2025.
A Arrábida é uma das marcas indeléveis de Setúbal. Património natural de riqueza singular, santuário de biodiversidade, a Serra-Mãe, como escreveu o poeta azeitonense Sebastião da Gama, caminha para prestigiada certificação internacional Reserva da Biosfera da Unesco.
A candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera é enquadrada no programa científico “O Homem e a Biosfera” (Man & Biosphere) criado em 1970 pela Unesco, centrado na conservação e preservação da natureza em conciliação com a atividade humana.
O dossier, submetido a avaliação a 17 de junho, resulta de um processo impulsionado pela AMRS – Associação de Municípios da Região de Setúbal, com o envolvimento dos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra, que fazem o Território Arrábida, e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
“É fundamental que haja uma harmonia entre manter as diferentes atividades humanas, reguladas, com a salvaguarda e garantia do património natural de uma riqueza que nos cabe a todos preservar”, afirmou o presidente do município de Setúbal, André Martins, que também preside à AMRS.
A candidatura propõe o reconhecimento e o aprofundamento do território Arrábida como laboratório vivo de sustentabilidade, pelo desenvolvimento harmonioso entre as atividades económicas, sociais e culturais e a salvaguarda, conservação e recuperação de ecossistemas, dentro do riquíssimo bioma mediterrânico que a Serra da Arrábida e o conjunto da região comportam.
A obtenção da certificação de Reserva da Biosfera na Arrábida é acompanhada de responsabilidades acrescidas para o território, um património natural de características únicas que se constitui como um grande ativo turístico e económico e cujos valores e autenticidade importam defender e preservar.
O comité nacional deste programa avalia e apresenta a candidatura à Unesco e, depois de visitas técnicas, o resultado, que se espera favorável, deverá ser conhecido em setembro de 2025, para que o todo o processo possa ser desenvolvido para atingir os objetivos propostos.