Se adora caixas de música, provavelmente ficou hipnotizado(a) pelas caixas de música que têm uma bailarina no centro, girando no ritmo da música.
Ao som de Tchaikovsky, num excerto do “Lago dos Cisnes”, gira uma bailarina, com o seu tutu e pontas, deliciando a quem ouve e observa, gerando alegria nas crianças e nostalgia nos adultos.
São consideradas brinquedos infantis por excelência, mas a sua história remonta até ao século XVIII, onde o relojoeiro suíço Antoine Favre-Salomon pegou na ideia do carrilhão e tornou-o num objeto pequeno.
Inventou a primeira caixa de música, diferente das nossas caixas de música atuais. Cabiam dentro de um relógio de bolso, o que complementava o negócio principal do inventor. Embora o carrilhão seja um dos maiores instrumentos do mundo, as caixas de música originais eram pequenas.
À medida que a popularidade da caixa avançava em toda a Europa, o seu design e capacidades musicais também a acompanharam. Na Alemanha, durante o final do século XIX, o inventor Paul Lochmann foi pioneiro ao criar uma nova caixa de música para tocar discos, substituindo os cilindros.
Embora as origens precisas da incorporação de uma estatueta de bailarina giratória em caixas de música permaneçam obscuras, não há dúvida de que esta adição encantadora rapidamente se tornou uma combinação icónica.
Para muitas meninas, as caixas de música de bailarina despertaram o sonho de um dia ter as suas próprias aulas de dança e saltar pela ribalta de um palco real.
A bailarina imediatamente elevou a caixa de música de uma simples novidade a uma lembrança preciosa, evocando visões de magia e maravilhas de contos de fadas.
Essa dançarina rodopiante tornou-se tão emblemática na experiência da caixa de música que transcendeu o próprio brinquedo. Em 1978, o compositor Frank Mills imortalizou a visão com o seu grande sucesso instrumental “Music Box Dancer”.
Claramente, desde a alegria e admiração que inspirou gerações de crianças até ao seu papel na música popular, a humilde bailarina dançarina da caixa de música dança bem e verdadeiramente no imaginário coletivo da nossa cultura.
Sónia Ribeiro
Bailarina, Coreógrafa e Professora de Dança