A pouco tempo de comemorar, no dia 29 de abril, o Dia Mundial da Dança, experimente dançar, se, entretanto, já não o faz.
Mas o que distingue um amador de um profissional na dança?
Entre várias diferenças, uma delas é certamente a capacidade que o profissional tem de realizar movimentos de dança difíceis.
De origem celta, o sapateado é o elo de ligação dos diferentes costumes da cultura irlandesa, tendo como exemplo os “Lord of the Dance”. O Paddle and Roll é um passo combinado de dig, brush, step e heel, onde o ritmo, a sincronização e a velocidade tornam-no num dos passos mais desafiantes.
O headspin, comummente associado ao breaking e b-boying, existe há décadas, evidenciado no filme “Wild Boys of the Road”, de 1933. Para a maioria de nós, simplesmente ficar de cabeça para baixo é difícil de conseguir. O equilíbrio, a força no core e a concentração necessários para girar sem cair são infinitamente impressionantes. E terminar em freeze é a cereja no topo do bolo!
A Dança dos Cossacos, de origem ucraniana e sul da Rússia, onde, em agachamento, se estende alternadamente a perna, é de uma condição física tremenda. Escusado será dizer que para um não-treinado, antes do primeiro salto, o praticante já está no chão.
Mais do que uma simples pirueta, no fouetté, acertar o timing e equilíbrio, onde o bailarino com a “perna ativa” move-a a cada volta, é de uma elegância extraordinária, que não é para fracos! E conseguir fazer com que 32 delas seguidas (ou mais) pareça fácil, faz da personagem Odile no Lago dos Cisnes um dos momentos mais esperados do bailado.
O one handed chair flare faz deste powermove um dos mais difíceis no breaking. Imagine o windmil, capacidade de realizar 360º horizontalmente em relação ao chão com as costas. Fazer isto no ar, rodando com um braço e aterrando no mesmo, com segurança, faz deste executante um verdadeiro profissional desta arte!
Não precisamos de fazer com maestria estes movimentos. São necessárias muitas horas de treinos e total dedicação.
Para dançar, só precisamos de gostar de música e movermo-nos. Porque quem dança é mais feliz!
Sónia Ribeiro
Bailarina, Coreógrafa e Professora de Dança