O Ensemble Juvenil de Setúbal (EJS) nasce em 2014 como resultado do trabalho de inclusão que já vinha a ser realizado pelo Festival de Música de Setúbal. Desde o início do ensemble que fui acompanhando o seu trabalho. Lembro-me que no final de cada concerto a que assistia a minha sensação era sempre de uma grande satisfação, e pensar que como seria gratificante para todos participar num projecto como este.
Não podemos esquecer que o EJS nasce como resultado do trabalho de integração que vinha a ser feito pelo Festival de Música de Setúbal e pelo seu Director Artístico. A integração é um dos pilares que sustentam a filosofia do Festival e, nesse sentido, já vinham a ser feitas algumas experiências em parceria entre as diversas associações, nomeadamente entre Grupo de Música Contemporânea do Conservatório Regional de Setúbal e a Associação Rumo ao Sucesso.
Parece-me a mim importante perceber que estes projectos vão no sentido de tornar jovens com necessidades especiais membros integrantes e não decorativos. Por mais forte e intenso que o termo decorativo nos possa parecer, pensar um projecto como o EJS sem ser um projecto artístico inclusivo parece-me redutor.
Claro que não posso esconder o orgulho e responsabilidade que senti quando em 2019 fui convidado a integrar esta equipa como Maestro. Nesse momento, além de orgulho e responsabilidade, não escondo que algum receio também surgiu. Apesar do interesse pelo trabalho que acompanhava já há algum tempo, nunca tinha tido a oportunidade de trabalhar com um grupo assim. Mas: aceitei!
É um grupo vivo, dinâmico e exigente que faz potenciar capacidades e onde cada ensaio é uma nova realidade. Adaptar técnicas de ensaio onde todos sejam importantes é realmente um grande desafio. Hoje, como no dia em que recebi o convite, o meu sim é incondicional. E cada vez mais sinto um enorme orgulho em fazer parte desta equipa do Ensemble Juvenil de Setúbal.
Miguel Ângelo ConceiçãoMaestro do Ensemble Juvenil de Setúbal
Texto escrito com as regras anteriores ao novo acordo ortográfico