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Guia de Eventos de Setúbal

bastidores

Como profissionais

setembro 2023

São amadoras, mas trabalham como profissionais. Depois da subida na temporada de estreia, a equipa de futebol feminino do Vitória prepara a participação no Campeonato Nacional da II Divisão

Às sete e meia da tarde em ponto, a equipa de futebol feminino do Vitória Futebol Clube está reunida no relvado do Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal, do Vale da Rosa, para mais um treino sob o comando de Cláudia Cruz, a preparar a participação no Campeonato Nacional da II Divisão.

A bola começa a rolar assim que termina o aquecimento. Enquanto as guarda-redes fazem trabalho específico e outra futebolista executa exercícios de recuperação de uma lesão, as jogadoras de campo trabalham sempre com bola. No futebol, as longas correrias e a subida de bancadas, para ganhar resistência muscular, há muito que deixaram de constar dos programas de preparação de pré-época.

Campeão da III Divisão na época passada, logo no ano de estreia, o Vitória Futebol Clube vai alinhar na II Divisão de futebol feminino com duas dezenas e meia de jogadoras, todas amadoras e a maioria estudantes universitárias.

Há estudantes de gestão, farmácia, fisioterapia, filosofia, desporto, línguas e psicologia, mas também educadoras de infância e uma chefe de sala de um restaurante com estrela Michelin.

Com quatro treinos por semana no Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal, palco dos jogos em casa, as vitorianas trabalham com compromisso total, como se fossem profissionais.

A equipa, com estreia na Série Sul da primeira fase da II Divisão a 9 de setembro no campo do Amora FC, tem uma espinha dorsal formada por jogadoras de Setúbal com idades entre os 18 e os 21 anos, muitas das quais representaram as seleções distritais de Sub-15 e Sub-17.

“O objetivo é sermos cada vez mais competentes, fazer a equipa crescer, ser mais consistente, mais coerente, mais evoluída. Esse é um trabalho de médio e longo prazo”, afirma o diretor da equipa, Joaquim Bravo, segundo o qual “as jogadoras estão motivadas”, a equipa “coesa”.

O dirigente agradece o apoio da Câmara Municipal e sublinha que a equipa trabalha “de uma forma completa, global e enquadrada”, com a administração da SAD e a direção do clube, para alcançar o “sucesso na II Divisão”.

Joaquim Bravo destaca que o envolvimento do Vitória no futebol feminino representa “um processo sustentável que vai levar a que a cidade de Setúbal consiga continuar num rumo de crescimento e de excelência” nesta variante.

Cláudia Cruz, 40 anos, a concluir o curso de treinadora UEFA A, assume ter “uma grande responsabilidade num grande clube” e reconhece que a sua primeira experiência como treinadora principal – após ser adjunta em clubes como Belenenses, Palmelense e Racing Power – é também de “aprendizagem”, apesar de pretender “pôr em prática tudo aquilo” que tem estudado.

Prometendo “cumprir com os objetivos, honrar aquilo que foi feito na época passada, trabalhar na máxima intensidade, ser o mais profissional possível e dar tudo pelo Vitória”, a treinadora recorda que os desafios na II Divisão “são totalmente diferentes”.

Além de Amora FC, o Vitória Futebol Clube tem como adversários na Série Sul as equipas B de Benfica e Sporting, Estoril Praia, AD Souselas, Futebol Benfica e GD Ilha, que recebe no seu primeiro jogo em casa, na segunda jornada.