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Guia de Eventos de Setúbal

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Revolução no feminino

março 2024

Nem só de homens se fez a luta antifascista. De operárias a intelectuais, centenas de portuguesas desafiaram com coragem e ousadia um regime que as amordaçava. Parte da história da resistência feminina ao Estado Novo passa-se em Setúbal e conta-se em vários espaços do concelho.

Em novembro de 1973, na firma Electrónica Signetics de Portugal, as mulheres foram protagonistas da luta contra a ditadura e pela primeira vez reivindicavam redução do horário semanal de trabalho, férias de 30 dias e 100 por cento de subsídio de férias. A greve manteve-se por cinco dias e conseguiu afrontar o regime.

No final da década de 60, na antiga Fábrica de Conservas Vasco da Gama, várias trabalhadoras foram responsáveis pela organização de uma greve de zelo que paralisou a empresa.

Ao regime incomodou aquela fábrica cheia de mulheres que, sem medo, pediam aumentos salariais. Muitas delas foram presas e interrogadas e outras ameaçadas com frases como “veja lá… tem filhos para criar”.

Mas a resistência antifascista feminina em Setúbal também se desenvolveu na clandestinidade. Em 1966, no Montalvão, Joaquina Galante e o marido convertem um apartamento numa tipografia secreta, onde imprimiam jornais como O Camponês, o Avante! e O Militante e vários milhares de panfletos e tarjetas de natureza diversa como rifas e horários de rádios clandestinas.

Apesar de não ser um ponto que se destaca por ser palco de resistência, de fora não pode ficar a casa de Clementina e Salvador Amália, empenhados antifascistas setubalenses, pertencentes ao PCP.

SIGMETICS
SIGMETICS SIGMETICS

A firma de eletrónica Signetics de Portugal estava sediada na Rua Serra de São Luís, perto do Mercado da Confeiteira (Xepa), e hoje é um centro de venda de peças e acessórios para automóveis.

FÁBRICA
FÁBRICA FÁBRICA

Com centenas de operários, a maior percentagem mulheres, a Fábrica Vasco da Gama, junto da Quinta da Parvoíce, foi palco de uma greve de zelo que desafiou a opressão machista do regime.

TIPOGRAFIA
TIPOGRAFIA TIPOGRAFIA

Localizada num apartamento na Rua Frei António das Chagas, no Montalvão, a tipografia clandestina funcionou apenas durante um ano, entre 1966 e 1967, apesar da intensa laboração.

CASA
CASA CASA

Em 2016, foi inserida uma placa no número 11 do Beco S. Bernardo, última habitação de Maria Clementina e Salvador Pereira Amália, homenageando a luta do casal contra o fascismo.