São locais do mais forte simbolismo de um regime que o 25 de Abril derrubou. Hoje são sítios ligados à democracia e surgem identificados num percurso pedestre organizado pela Câmara Municipal. São paragens obrigatórias dos “Caminho(s) para a Liberdade”.
Durante a década de 60, no número 19 da Rua Garcia Peres, no Bairro Salgado, estava a sede da polícia política PIDE/DGS. Foi assim até ao 25 de Abril de 1974, quando, dois dias a seguir à rendição de Marcelo Caetano, militares do Quartel do 11 e o Movimento Democrático de Setúbal a tomaram, sob uma ovação de centenas de populares.
Local de saída de soldados para Cabo Verde nos anos 40 e centro de inspeção militar, o Quartel do 11 é sinónimo da liberdade ganha com a Revolução, com os soldados empoleirados em muros e janelas a comemorar o 1º de Maio, feriado nacional pela primeira vez.
Nascido antes do 25 de Abril, o Círculo Cultural de Setúbal, vigiado pela polícia política, foi o epicentro de todos os acontecimentos. Num dia inesquecível, como é o derrube da ditadura, o número 87 da Avenida 5 de Outubro quase veio abaixo com a entrada de tantos que queriam participar.
Muitos mais acontecimentos marcaram as horas a caminho da liberdade, como o fim da Legião Portuguesa local, simbolizado pela ocupação da sua sede e pela apreensão de mobiliários, arquivos e armas. Todos eles contribuem para acordar memórias.