Exibição do filme de 1963 no ciclo Jacques Rozier.
“Não foram os deuses que criaram os homens, foram os homens que criaram os deuses” - assim declara Fritz Lang, realizador do filme dentro deste filme, enquanto desfilam imagens de estátuas gregas num pequeno ecrã.
Arrebatador desde o início, o filme é conduzido através de um tema musical denso e belo que se vai repetindo à medida que o desprezo se instala em Camille (Brigitte Bardot), mulher do argumentista (Michel Piccoli) deste filme malfadado que tenta reconstruir a Odisseia de Homero no sul de Itália.
Pleno de referências mitológicas e de cores deslumbrantes, O Desprezo é um mergulho psicológico numa sensação opressora que se estica ao longo dos minutos sem se saber verdadeiramente de onde vem, enquadrada em paisagens de verão com um céu azul elétrico.
Esta é uma verdadeira obra-prima de Godard, que levou Brigitte Bardot ao estrelato e revolucionou, mais uma vez, o cinema de até então.
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