A Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama, centro museológico com exposição de artigos e material de investigação, ilustra uma história feita de amor e poesia. A azáfama foi grande para tudo estar a postos da inauguração.
Há mobiliário a ser instalado, escadotes abertos, arranjos aqui e acolá. Cheira a tinta fresca. Pintores, técnicos municipais, entre outros profissionais, dão os últimos retoques nas salas da Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama, em Vila Nogueira de Azeitão.
O novo equipamento de reforço da oferta cultural do concelho, com coleções inéditas, o espólio literário e objetos pessoais do poeta e professor, vai ser inaugurado na data em que o homenageado faria 97 anos, a 10 abril.
Na casa, localizada no número 105 da Rua José Augusto Coelho, vive-se um corre-corre a poucos dias da inauguração pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Antes de ser museu, foi a casa onde viveu Joana Luísa, viúva de Sebastião de Gama, falecida em 2014, que doou o imóvel, em testamento, à Associação Cultural Sebastião da Gama, instituição que, conjuntamente com a autarquia e a Junta de Freguesia de Azeitão, contribuiu para que um espaço de homenagem ao intenso amor do casal se tornasse realidade.
Realizadas as obras de adaptação do edifício à nova função e instalado o mobiliário, os últimos dias foram dedicados à finalização da parte decorativa, como a colocação do lettering retroiluminado de três metros, com o logotipo da casa, na fachada principal.
Uma linha cronológica de quase cinco metros de comprimento, formada por diversos materiais, com datas, informações e fotografias sobre Sebastião e Joana Luísa, é uma peça central do espaço e foi instalada há mais tempo.
Há, no entanto, que finalizar a exposição nas vitrinas, com diversos artigos, onde tudo é colocado de forma estudada e devidamente legendado. A pasta de cabedal, a caneta, a lapiseira e gravata mais utilizada pelo poeta. As fitas académicas, diplomas.
Uns metros à frente, pintores dão os últimos retoques. No segundo piso, onde fica instalado o Centro de Documentação, fazem-se acertos numa parede amarelo quente, revestida com frases de amor entre Sebastião da Gama e Joana Luísa.
No cimo das escadas, em posição de destaque, revestido por um acrílico afastado da parede, o manuscrito do poema “Pelo Sonho é que Vamos”, pelo punho de Sebastião da Gama.
Está tudo a postos para a inauguração, a 10 de abril, do novo equipamento cultural do concelho de Setúbal e a abertura ao público três dias depois. A descida pelas escadas é acompanhada por três palavras retiradas daquele poema. Sonho, fé e esperança.