Os impactes da Grande Guerra mudaram o rumo da História no século XX e Setúbal, terceira maior cidade industrial e demográfica portuguesa, não foi exceção.
A I Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, teve efeitos negativos, como a decadência dos famosos laranjais, mas também positivos, com novas oportunidades para o vinho e as conservas.
As profundas necessidades externas dos aliados, proporcionadas pelo facto de as conservas de sardinha serem um dos principais meios de alimentação das tropas em combate, contribuíram para o boom da indústria de conservas nos anos da guerra.
De salientar, igualmente, que foi nesta altura que o Moscatel de Setúbal “descobriu” o mercado brasileiro, com a Casa José Maria da Fonseca a abrir uma filial na maior cidade do Brasil, e, por outro lado, os laranjais reduziram os níveis de produção e de exportação.
Outro aspeto negativo foi o aumento da mortalidade provocada pela epidemia de gripe espanhola que deixou muitas crianças órfãs, o que levou à criação do Orfanato Municipal Dr. Sidónio Pais, hoje Casa da Baía.
Além disso, muitos filhos de Setúbal, a partir do Quartel do 11, integraram o Corpo Expedicionário Português mobilizado para França em 1917 e 1918. A todos os que por lá ficaram, o núcleo setubalense da Liga dos Combatentes da Grande Guerra prestou homenagem com a criação do Monumento aos Mortos da Grande Guerra.