Quando se pergunta a um músico como se faz uma canção, ele sabe facilmente responder. A pergunta difícil é sempre a mesma: “Irá essa canção chegar ao coração das pessoas?”
Em 2015 eu, juntamente com Carlos Barreto Xavier, após ouvirmos a notícia de que o Papa Francisco iria comemorar os 100 anos das Aparições de Fátima, pensámos, e porque não, dedicar-lhe uma canção?
O processo foi longo mas após uma experiência na Capela do Rato, no coro onde cantava, liderado pelo Carlos, sentimos que o tema era especial.
Um ano passava e fomos recebidos pelo Senhor Bispo D. José Ornelas, que ao ouvir a oração nos encaminhou para a Conferência Episcopal Portuguesa, que fez questão de entregar a canção ao Santuário de Fátima como uma oferta ao Santo Padre. Pouco dias antes das Comemorações, recebemos outra boa nova, a nossa canção foi considerada como “Oferenda Oficial do Estado Português” pela Presidência da República e foi entregue a Papa Francisco.
Após as notícias da comunicação social e partilhas nas redes sociais, Ave Maria saía de Fátima e percorria o globo, recebemos mensagens de todo o mundo, desde o Brasil às Filipinas, Venezuela, Itália, França ou México. Meses passados, recebemos uma carta do Estado do Vaticano. Era o Santo Padre a agradecer pessoalmente a obra dedicada e dar-nos a sua Bênção Papal.
Confesso que foi até hoje a carta que mais me emocionou.
Em Novembro passado fomos convidados pelo Vaticano para tocar em Roma e entregar em mão o nosso álbum ao Papa Francisco, que fez questão de nos agradecer pessoalmente e nos abençoar, a mim, ao Carlos e às nossas famílias. Ao sairmos ficamos vários minutos, talvez mais de meia hora, em silêncio, simplesmente a pensar no que tinha realmente acontecido.
Por minutos privámos com uma pessoa muito especial para nós, e tínhamos conseguido chegar onde sempre sonhámos.
João MendonzaTenor e co-fundador do projeto Passione
Texto escrito com as regras anterioresao novo acordo ortográfico